Sintomas, convulsões, transes e exorcismos podem ter explicações diferentes do que muita gente imagina
Possessão demoníaca ou hipnose? Veja como diferenciar os dois fenômenos
Você já viu alguém se contorcendo no chão, falando com outra voz, olhos revirando, e disseram que era possessão?
Pois é… muita gente já viu. E quase sempre a primeira conclusão é: “é o demônio!”
Mas… será que é mesmo?
A verdade é que muitos dos sintomas atribuídos à possessão demoníaca podem ser explicados por fenômenos psicológicos, ou até mesmo reproduzidos com hipnose, de forma totalmente natural.
Hipnose pode simular estados de transe?
Sim, e com uma facilidade surpreendente.
A hipnose é capaz de induzir transes tão profundos que a pessoa pode reagir com convulsões, perder o controle motor, falar com outra voz e até ter alucinações visuais ou auditivas. O corpo entra num estado de dissociação, que é parecido com o que se observa em supostos casos de possessão.
Em demonstrações públicas de hipnose, é comum ver reações físicas intensas, como rigidez corporal, olhos virando, mudanças de voz… tudo isso sem precisar de entidades sobrenaturais.
Os testemunhos de possessão podem ser resultado de hipnose coletiva?
Sim, especialmente em ambientes religiosos emocionais e intensos.
Em cultos com música alta, oração em grupo, imposição de mãos, gritos e rituais repetitivos, o que acontece é que as pessoas entram em estados alterados de consciência — mesmo sem perceber. Isso é muito próximo de uma hipnose coletiva.
A expectativa de um “manifestar do espírito” ou da “presença maligna” somada ao olhar do grupo pode levar o indivíduo a reproduzir involuntariamente esses comportamentos.
Isso não significa que a pessoa esteja fingindo. Ela acredita que aquilo está acontecendo com ela. O poder da mente é impressionante.
O que a ciência diz sobre possessão?
A ciência já estudou diversos casos considerados como possessão demoníaca e encontrou explicações neurológicas, psicológicas ou culturais para muitos deles.
Síndromes dissociativas, histeria coletiva, transtornos como epilepsia, esquizofrenia, transtorno dissociativo de identidade e até traumas profundos podem ser confundidos com manifestações espirituais.
E quando somamos isso a crenças religiosas fortes, o resultado é a interpretação espiritual de um evento psicológico.
Exorcismo é hipnoterapia?
Não oficialmente. Mas em muitos casos, sim — é uma forma de hipnose disfarçada.
O exorcismo segue um roteiro parecido com uma sessão de hipnoterapia tradicional:
- preparação mental do sujeito (oração, jejum, emoção)
- repetição de frases e comandos
- indução ao transe por gritos, toque ou imposição de mãos
- catarse emocional
- sugestão final de libertação
Esses elementos se repetem em muitas cerimônias de “libertação”. Em outras palavras, o exorcista pode estar atuando como um hipnoterapeuta sem saber, utilizando linguagem e presença de autoridade para induzir e reforçar crenças — que podem resultar em melhoras reais.
Por que é importante entender isso?
Porque quanto mais consciência a gente tem sobre os processos mentais, mais difícil é ser manipulado.
Conhecer como a mente responde a sugestões, como a hipnose atua e como emoções coletivas afetam o comportamento, é uma forma de autoproteção mental.
Inclusive, esse é um dos pilares do meu treinamento completo sobre hipnose — onde ensino como identificar, aplicar e também se proteger de técnicas hipnóticas no dia a dia.
Se quiser se aprofundar, vale muito conhecer esse material:
Conclusão
Nem tudo que parece possessão é possessão.
Nem tudo que parece milagre é sobrenatural.
E nem todo “poder” é divino — às vezes, é apenas o poder da mente humana bem direcionada.
Quer ver com seus próprios olhos como isso funciona? Assiste ao vídeo que indiquei aqui no post e tire suas próprias conclusões.
Spoiler: o que acontece naquele culto é praticamente uma indução hipnótica clássica.
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