Casos reais de acusados que alegaram hipnose como justificativa para crimes chocantes. O que é fato e o que é desculpa?

A hipnose sempre causou fascínio. Mas também levantou suspeitas. E quando ela aparece em julgamentos criminais, a coisa fica ainda mais nebulosa. Afinal, é possível alguém cometer um crime sob influência hipnótica? Ou estamos diante de uma forma criativa de fugir da responsabilidade?
Essa pergunta não é nova. E, pra surpresa de muita gente, existem sim casos em que acusados usaram a hipnose como parte da defesa legal.
Casos reais: quando a hipnose aparece no tribunal
Um dos casos mais conhecidos é o do banqueiro dinamarquês Bjørn Nielsen, acusado de manipular sua secretária por meio de hipnose para cometer roubos e transferências ilegais de dinheiro. Ele alegava que ela agia “sem consciência”. O tribunal, no entanto, não comprou a ideia. O caso se tornou referência e acendeu o debate sobre a hipnose como ferramenta de manipulação criminosa.
Outro caso clássico ocorreu na década de 50, nos EUA, onde um homem chamado Chester Southam dizia ter sido hipnotizado por um “mestre da mente” e, sob transe, teria cometido um roubo. A história era cheia de furos, e a justiça viu mais uma tentativa de usar o misticismo como álibi.

O que a ciência e o direito dizem sobre isso?
A resposta curta? Ceticismo.
A ciência do comportamento humano reconhece que a hipnose pode alterar percepções, emoções e até criar realidades internas muito convincentes. Mas ela não transforma uma pessoa comum em um criminoso do nada.
A maioria dos especialistas concorda que, pra alguém agir contra sua moral, é necessário um histórico de vulnerabilidade, influência continuada, ou crença profunda no contexto apresentado. A hipnose, sozinha, não é uma ferramenta de controle absoluto.
Do ponto de vista jurídico, as alegações de hipnose raramente se sustentam. O motivo? É difícil provar que a ação foi realmente “induzida” sem vontade consciente. Por isso, mesmo quando há espaço para dúvida, a responsabilidade costuma recair sobre quem cometeu o ato — hipnotizado ou não.
A hipnose é ferramenta ou desculpa?
Essa é uma discussão interessante. Porque a hipnose pode, sim, ser usada como parte de um contexto de manipulação, especialmente em relações de autoridade, culto, abuso ou coação emocional.
Mas dizer que alguém foi hipnotizado “sem saber” e saiu por aí assaltando bancos é outra história.
Por isso, é essencial entender como a hipnose realmente funciona, pra não cair em exageros nem em mitos.
Se você quer aprender mais sobre os mecanismos reais da hipnose — e como eles são usados tanto de forma ética quanto, em alguns casos, de maneira duvidosa — tem um material completo que aprofunda exatamente esses bastidores.
Conclusão
A hipnose é poderosa — mas não é mágica. E no contexto criminal, ela costuma ser muito mais usada como argumento do que como causa real.
Entender os limites da mente humana é o primeiro passo pra não cair em narrativas mal contadas, nem no sensacionalismo que vira manchete. E se tem uma coisa que dá pra aprender com esses casos todos é que, no fim das contas, a responsabilidade individual ainda pesa mais do que qualquer transe.
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